Nossa tendência sempre é meio que criar um linha que divida as tarefas que nos fazem crescer em conhecimento e graça de Jesus (as “tarefas espirituais”) e aquelas que não parecem ser espirituais. Tendemos a dicotomizar nossas vidas. “Orar e ler a Bíblia é minha vida espiritual, as outras coisas é minha vida, como posso dizer... secular”. Mas tudo o que fazemos é nossa vida espiritual. Sim, nossa vida é nossa vida espiritual. É lógico que existem as prioridades (orar e ler a Bíblia), mas TUDO o que fazemos, se fazemos para agradar a Deus, serve para passar tempo com o Senhor e crescer. (Aprendi isso no livro “Uma vida com propósitos”, do Rick Warren). Um exemplo disso na minha vida foi o teatro na escola que fizemos durante setembro e outubro. Trabalhar com o grupo de teatro da escola me ensinou lições preciosas. As contribuições e idéias no roteiro, nas posições, nos figurino, na cenografia, ensinaram-me, na prática, que trabalhar em equipe é sempre melhor que individualmente, me fez enxergar mais claramente, além de muitas outras coisas, algo que compartilho a seguir.
A palavra do Senhor em Romanos 12 e 1 Coríntios 12, compara a Igreja a um corpo, um organismo vivo, ensinando que somos o Corpo de Cristo. Assim, fica fácil interpretar que cada um de nós é uma parte desse corpo, um “órgão”, que é de vital importância. Usemos o exemplo dado pelo Apóstolo Paulo: o nosso corpo. Temos muitos órgãos. A função do cérebro é coordenar todo o funcionamento dos outros membros; o coração bombeia o sangue para o corpo todo. Outros desempenham funções aparentemente substituíveis e que, sem eles, o funcionamento do corpo “não seria muito afetado”. Devemos nos lembrar de que esses membros aparentemente sem importância, também são parte do corpo, também estão lá, contribuindo para o bom funcionamento. O que seria do cérebro se não existissem os outros membros? O que seria do coração se não tivesse os órgãos para os quais bombear sangue? O que seria do cérebro e do coração se não houvesse um dedinho do pé para o qual enviar informações e bombear sangue? Você pode pensar: mas ainda restariam muitos outros membros e 19 outros dedos, um dedinho não faria falta. Aí eu afirmo: se o dedinho está lá, é porque tem importância. O que seria do pé se faltasse um dedo? Na falta do menor membro, já fica claro que o corpo não está no seu bom funcionamento, no seu funcionamento normal.
Assim, todos os membros formam o corpo, o corpo são os membros. Cada um forma o tudo. Cada um é uma parte do todo. Não existe corpo sem os membros. E, quando um membro falha, o corpo sofre sua perda. Da mesma forma, não é a nossa função ou a nossa posição que dirá que somos mais importantes que outros. Até porque em um corpo, todos atuam para o bom funcionamento de tudo. Num nível mais profundo, qual a função do cérebro? Bom funcionamento do corpo. Qual a função do coração? Bom funcionamento do corpo. Qual a função do dedinho do pé? Bom funcionamento do corpo. Cada membro desempenha a atividade que lhe foi conferida para que todos os outros trabalhem bem, para que o corpo continue a se desenvolver normalmente.
Não importa qual seja o seu trabalho, o que você faz na sua Igreja. Não importa se você é um líder de grupo ou um liderado. Não importa se você é do grupo de limpeza ou da cozinha da Igreja. Não interessa se você é um solista do louvor, um backing vocal ou da equipe de apoio ou intercessão. Sua importância não é medida pela função que você desempenha ou pela falta que você fará. É medida pelo objetivo que você tem. O objetivo de todos os membros do Corpo é atuar da melhor forma para que o Corpo funcione bem. Assim, todos temos a mesma importância, quer desempenhemos um papel de destaque ou um papel secundário, pois o objetivo é muito maior que a posição onde estamos. Como cristãos, nosso objetivo é contribuir para a edificação do Corpo, pois somos parte dEle. NÓS somos o Corpo de Cristo e, por isso, devemos atuar de forma que demonstre isso.
No amor do Cordeiro,
Netto Britto
Nenhum comentário:
Postar um comentário